Convidamos à leitura por universitários que, como nós, têm sede de informação, se interessam e interagem com os assuntos gerais, pois sabem que ‘o mundo’ está muito mais próximo de nós do que imaginamos.
Com a coragem e inocência de uma criança, com a bravura e vigor de um adolescente, com a essência e responsabilidade de um homem, surge a revista República – Onde tudo acontece. Chegamos com força e igualdade pra falar de assuntos que informam, afligem, agradam, divertem, encantam, emocionam e mexem de alguma forma com pessoas como nós, que do lado de cá dos blocos de anotações, do computador ou da redação da revista, estamos dispostos a manter a união de um grupo a serviço do nosso público alvo: os universitários.
A construção de uma revista é como a vida, cheia de escolhas. Vivendo em um mundo dinâmico, o que não falta é assunto para abordar ou informação para trocar. A intenção da criação de uma revista vai além da simples obtenção de nota para trabalhos disciplinares da faculdade. Individualmente ou em parceria, começa a construir a sua história. Para alguns as experiências profissionais já se iniciaram mas, para outros, este é o primeiro de muitos ‘frios na barriga’ que vão sentir quando cobrados do deadline (o tempo de início, o meio e o fechamento) de uma edição de qualquer que seja o veículo jornalístico.
Além das diversas causas que nos move a escrever, está a vontade de informar e de cumprir com os preceitos jornalísticos estudados, experimentá-los na prática além de garantir um espaço dinâmico para a troca de vivências entre jovens estudantes, que têm muita vontade e responsabilidade para falar a respeito do que quer que seja.
Com a curiosidade e a coragem característica aos jovens, alinhados ao sentimento prático de cidadania que cresce a cada dia, surge o interesse em entender e interagir com o mundo real. O conhecimento e a troca de informação são amplamente explorados pela mídia e acabam por guiar as conversas nas esquinas, a cada reportagem de República – Onde tudo acontece, o leitor vai conferir histórias que resultam da complexidade das atitudes humanas, mas, vai perceber ainda como é gostoso descobrir como as diferenças rendem boas histórias.
Confira na matéria de nossa 1ª edição, porque belas jovens de classe média se prostituem, vivem no anonimato e lutam para fechar suas cicatrizes.
Veja também como é a difícil caminhada para quem quer entender os jovens, e para o próprio jovem que também está em busca de autoconhecimento. Ele pode encontrar na religiosidade uma saída para os questionamentos terrenos e ainda encontrar acolhimento em um novo grupo e ainda ser convidado a entrar para uma nova família.
A passos rápidos, o leitor vai acompanhar um dia na rotina do estudante de educação física, que vê nos treinos de corrida muito mais que uma maneira de exercitar o corpo e descubrir os benefícios do movimento. Ainda seguindo os ritmos saudáveis, aproveite as dicas para uma boa alimentação e mude seus hábitos.
Uma forma alternativa de estender e complementar os estudos, e ir além do conhecimento acadêmico, o intercâmbio ganha cada vez mais adeptos que procuram diferencial no mercado de trabalho e novas experiências para a vida. Saiba como foi essa “viagem” para nossas entrevistadas e siga algumas dicas para quem quer viajar.
Qual será o futuro político do país? Para qual caminho anda a democracia? Personagens caricatos invadem o Congresso Nacional e com boas estratégicas de marketing caem no gosto popular. Confira o que dizem os especialistas a respeito dessa nova fase eleitoral.
Quando se tem força de vontade e visão de mercado, fica fácil encontrar o caminho da oportunidade. Conheça jovens universitários empreendedores e se inspire!
Além de muita informação de qualidade ao longo de nossas reportagens, o leitor vai poder conhecer, viajar e espantar o frio com a ajuda do ‘circuito cultural’ sobre os festivais de inverno de Minas, montado especialmente para o mês das férias.
Com a correria do dia-a-dia, várias pessoas não sabem o que comer. Seja por pressa ou por economia, a população procura lanches rápidos e de baixo custo, e é nessa atitude que mora o perigo.
Muitos são os exemplos de pessoas que optam por uma alimentação fácil, porém nem um pouco saudável. Um deles é o do estudante de Direito, Rafael Canfora, que come praticamente só carboidrato, gordura e açúcar. “Eu sei que estou errado, mas o que posso fazer? A correria me obriga a ser rápido, com isso não olho direito o que como”, diz o estudante tentando justificar-se. Ele optou por se alimentar na rua pela facilidade e por comodidade mas, apesar da opção, tem consciência do mal que esta atitude lhe faz.
Já para Ana Carolina Albano, estudante de Educação Física, a correria não é desculpa, afinal ela segue o modelo de uma boa alimentação. Trabalhando integralmente e tendo que almoçar no serviço, ela diz que monta sua comida todos os dias com alimentos leves e carnes com pouca gordura, para facilitar a digestão. E entre as refeições come frutas, sanduíches naturais e sucos. Ana Carolina afirma: “Depois que comecei a me alimentar de forma saudável, além de perder peso, não fico mais cansada e tenho muito mais energia”.
Entre comer em restaurantes e lanchonetes ou levar sua própria comida de casa, a nutricionista Mirelli Aparecida Petruceli diz que, “a comida caseira é uma boa forma de você saber o que está comendo, e, assim, poder se vigiar, não se esquecendo de quando for prepará-la lembrar da pirâmide alimentar (clique aqui e assista o vídeo) e tentar colocar todos os grupos de alimentos necessários para uma boa alimentação”.
Além disso, a nutricionista passa algumas dicas importantes como fazer cinco refeições ao dia, comendo a cada três horas e de preferência frutas, legumes e verduras. Porém, ressalva que toda e qualquer dieta deve ter acompanhamento de um profissional da área, sempre.
Alimentar-se na rua pode ser saudável e mais viável, só não se apegue exclusivamente ao preço, mas sim à qualidade dos alimentos, afirma Maria Candido Alves, também nutricionista. Ela explica que é possível alimentar-se bem na rua ou levando comida de casa. E ainda dá uma dica na hora de escolher os alimentos: sempre observar nos rótulos das embalagens o baixo índice de sódio, açúcar e gordura, optando por esse tipo de alimento.
Diversos são os estudantes que preferem optar por uma alimentação saudável e que não traga riscos futuro. A alimentação saudável pode, sim, vir de restaurantes ou de casa, só depende de cada um na hora da escolha dos alimentos.
Candidatos bizarros disputam e muitos ganham vagas no Congresso
Por Daniele Vivian e William França Ray
Não há limites para a bizarrice, inclusive na política. Com um marketing simples e estrategicamente elaborado, surgem personagens como Tiririca, Mulher Pêra, Romário e outros para tentar chamar a atenção dos eleitores. No nome, tanto quanto na aparência, a política nacional fica submetida a piadas na boca do povo. Famosos apostam em uma candidatura na intenção de que a fama conquistada no meio artístico o ajude a ser eleito. E na maioria das vezes dá certo. Falta uma análise crítica por parte dos cidadãos a respeito dos candidatos e de suas propostas.
Mais do que boas propostas e cabos eleitorais ativos, um bom candidato precisa ter um nome forte, algo que o eleitor grave facilmente e saiba em quem está votando. Na relação de candidatos a um cargo de deputado federal, por exemplo, a criatividade foi a principal aliada dos políticos. Os nomes de urna podem até soar estranho para alguns, mas dizem muito sobre a história de quem está sendo votado.
Tiririca, humorista famoso da televisão brasileira, obteve pelo Partido da República (PR), 1,35 milhões de votos. A campanha do “palhaço” caracterizou-se pelas piadas e pelos bordões utilizados: “Vote no Tiririca, pior do que tá não fica” e "Oi, eu sou o Tiririca da televisão. Sou candidato a deputado federal. O que é que faz um deputado federal? Na realidade eu não sei, mas depois, eu te conto”. Fica para os pesquisadores e cientistas políticos a tarefa de entender ou explicar se o sucesso de Tiririca foi realmente voto de protesto, estratégia de um marketing ousado ou completo desencanto dos cidadãos com a classe política. A modelo e dançarina Suellen Rocha, aliás, “mulher Pêra”, também embarcou na disputa a uma vaga na câmara dos deputados, nas eleições de 2010.
Seria a popularidade um critério para concessão de legenda? Ela diz que resolveu candidatar-se a convite do presidente do Partido Trabalhista Nacional (PTN). Assim como Tiririca, a candidata chegou a admitir em entrevista ao jornal Folha de São Paulo que não sabe absolutamente nada sobre a Câmara dos Deputados e muito menos quais seriam os ideais e propostas de seu partido. Mas, a criatividade foi uma de suas aliadas para disputa. O jingle de sua campanha: "A comunidade diz, vote na Pêra pra ser feliz! A comunidade diz, vote na Pêra pra ser feliz!".
Existem também aqueles políticos que utilizam nomes bizarros como forma de protesto. Um exemplo é João Rasgado, cujo nome verdadeiro é João Batista Queiroz, atual presidente do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) de Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
O candidato a deputado federal nas eleições 2010 diz que João Rasgado não é um personagem, e sim, um grito contra a exclusão social e uma crítica à falta de respeito da classe política para com os cidadãos. “O Rasgado representa a maioria sofrida, aquele que se perde nas impurezas de nossa sociedade viciada”, afirma João Queiroz em seu protesto. Ele diz também que, diferentemente dos outros candidatos considerados bizarros, ele levanta questionamentos para a sociedade.
O objetivo da palavra “Rasgado”, segundo ele, é criticar o cenário político atual. “Rasgado” significa poder bater de frente com o desrespeito aos cidadãos. Quando questionado sobre o surgimento de candidatos bizarros, João afirma que mais importante que a bizarrice, quase sempre, atrelada à necessidade de fixar-se no subconsciente do eleitor, deve-se levar em conta seus questionamentos e, principalmente, seu entendimento quanto ao que é política. “Se for um candidato diferente, estranho, pode ter um sentido legal ou não. É preciso observar o que ele fala, como ele vive, se ele entende de alguma coisa porque, lamentavelmente, uma grande parcela dos candidatos bizarros, na qual eu fui incluído também, não sabe nem o que é política nem qual o papel do parlamentar”, atenta João Rasgado.
Carlos Ranulso, cientista político da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), explica que pessoas famosas, assim como qualquer indivíduo da sociedade tem o direito de candidatar-se, pois a legislação brasileira permite que qualquer pessoa possa disputar uma vaga para cargos políticos, e que a análise dos candidatos deve partir dos eleitores. “Votamos em indivíduos, assim como os famosos. Qualquer pessoa comum pode disputar um cargo: político, radialista, músico, jogador de futebol, jornalistas”, completa.
Os votos alcançados pelo humorista Tiririca foram considerados pelos cidadãos como votos de protesto. Ele explica que isso é uma questão de interpretação. “O voto é pessoal, a política do Brasil é inteiramente baseada na democracia. O fato de ser famoso o ajudou a ser eleito porque ele é uma pessoa conhecida, popular, mas nem sempre dá certo. A mulher Pêra, por exemplo, não foi eleita”, comenta.
O cientista político diz que, cabe a cada indivíduo que se compromete a um cargo político o papel de exercer com idoneidade o cargo pretendido. “Afirmar que pessoas como Tiririca, mulher Pêra, jogadores de futebol, ou qualquer que seja o candidato comprometerão o desenvolvimento do País é fazer um juízo de valor incorreto, pois não se leva em consideração o personagem, e sim, o indivíduo, que pode mostrar ou não a capacidade para exercer o cargo”, explica.
Uma das críticas mais frequentes à democracia representativa é que a opinião do povo só é consultada uma vez a cada quatro anos. Quando o jogo democrático começa, cabe aos eleitores avaliarem os candidatos e seu comprometimento para exercer o cargo pretendido.
Pesquisas apontam crescimento do interesse dos jovens pela religião
Por Frederico Costa
O jovens têm buscado nas crenças a resposta para suas dúvidas
Sejam as religiões católica, espírita, evangélica, mulçumana, budista, judaica, ou qualquer outra, o que vemos hoje é um maior envolvimento e busca por crenças por parte da juventude contemporânea. Através deste envolvimento o crescimento espiritual se liga também à uma possível vida social entre grupos de jovens que se reúnem em igrejas, templos células, centro espíritas, etc. São nestes lugares que os jovens conhecem outros iguais a eles e que pensam da mesma forma. A partir daí é que os grupos são formados e a amizade entre os membros se consolida, associando o lazer à religiosidade.
Devido ao crescimento deste interesse, estudos estão sendo realizados demonstrando que defender suas crenças e disseminá-la é um dos principais objetivos desta juventude. A aptidão, família, problemas do dia a dia e os questionamentos religiosos os levam à escolha de uma determinada crença. A principal mudança no comportamento da sociedade se deve ao aumento de instituições e suas doutrinas. A partir de um novo cenário sócioreligioso houve uma mudança na forma de pensar e agir destes jovens. Devido a uma transformação de valores antigos, dentro de suas escolhas religiosas o respeito é um princípio básico.
Um levantamento realizado em 21 países pelo instituto alemão Bertelsmann Stiftung (fundação privada que investe seus orçamentos em projetos que concebe inicia e executa buscando mudanças e soluções sociais) mostrou que, no Brasil, 95% dos jovens entre 18 a 29 anos são religiosos, 65% disseram ser profundamente religiosos, outros 30% se declararam religiosos e apenas 4% responderam não ter religião.
Já em questão de predominância religiosa, o Censo Demográfico de 2000 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou que 73,6% dos brasileiros são católicos, 15,4% evangélicos e 1,3% espíritas. Seguidores da umbanda e do candomblé são 0,3% da população e 1,8% cultuam outras religiões. Os que não possuem credo representam 7,4% do contingente.
Sintia demostrando o tamanho de sua fé
Para a estud ante Sintia Oliveira Cesário, de 24 anos, da doutrina judaica messiânica as mudanças e quebras d e alguns tabus e preconceitos contribuíram para que a juventude atual se integre a alguma cre n ça religiosa. Que muitos líderes, segundo ela, tiveram de rever os conceitos deixando o tradicionalismo de lado e adotando novas estratégias para que os jovens tenham um papel a desempenhar dentro dos grupos religioso. Ela também acredita que a religiosidade também funciona com o refúgio e fuga da criminalidade, violência e todos os males que assolam o século XXI.
A estudante Laís
A estudante Laís Maria Leite Oliveira, de 16 anos, é adepta do catolicismo e acredita que os jovens estão mais interessados pela religião para descobrir suas origens, o papel que devem desempenhar aqui na terra e para onde irão depois da morte. Ela completa dizendo que a religião tem sido vista pela juventude como forma essencial para explicar o nosso passado e para acreditar que viemos com um propósito que é servir a Deus. Laís destaca a religião em sua vida como algo que cria uma corrente de pensamentos que tranqüilizam seu corpo e coração. E vê como privilegio adorar alguém que deu seu próprio filho por sua vida, além de estar cuidando dela e a protegendo.
Como coordenador da mocidade do Grupo Espírita Maria Francisca Rocha, Heleno de Oliveira Silvestre, de 30 anos, credita o interesse dos jovens pela espiritualidade por estarem em busca de novos valores. Heleno cita a família como base e incentivo, instruindo o jovem em suas escolhas e tendo a quem se espelhar. E diferente do que alguns pensam, são pessoas em busca do fortalecimento da espiritualidade, para que num futuro próximo estejam prontas para as incertezas da vida.
Judaico messiânico, o bispo e líder do ministério pentecostal Rocha de Etã, Wesley Ribeiro, de 38 anos, fala que os jovens estão mais religiosos visando prosperidade. Estão abrindo mão das vaidades para honrar os compromissos com suas famílias e crenças. Desta maneira eles ficam longe dos caminhos tortuosos e ambientes que não condizem com suas novas condutas. Para o bispo, eles procuram preencher um vazio em suas vidas que o mundo e as coisas que são oferecidas não podem dar, encontrando nas programações religiosas oferecidas hoje um meio de se sentirem vivos, úteis e amados, em comunhão com outros que têm este mesmo propósito.
Universitários empreendedores, caras novas no empreendedorismo brasileiro
Por Júlio Nazareth e Fábio Boaventura
Pura especulação? Não. São cada vez mais comuns jovens empreendedores buscando seu espaço no mercado. No mundo universitário encontram-se inúmeros estudantes que põem em prática o espírito empreendedor. Enganam-se aqueles que pensam que somente nos cursos de administração é possível encontrá-los. Esses aspirantes a empresários estão em todos os cursos - de administração à gastronomia. Cada um na sua área, com seu produto ou serviço específico. Ousadia, energia e criatividade são algumas das características que compõem o perfil desses recém-chegados ao mundo dos negócios.
Foi-se o tempo em que boutiques eram caprichos de ‘’patricinhas’’ e que papelaria ou barzinhos coisas de ‘’quarentões’’ que não tiveram oportunidade de estudar e entravam para o mundo dos negócios por mera necessidade. Hoje, no Brasil, o número de empreendedores por necessidade ainda é maior que por oportunidade. Mas pesquisas revelam que o número de empreendedores por oportunidade (aqueles que têm visão de negócio e percebem a necessidade do público consumir determinado produto ou serviço) vem crescendo a cada ano. No ano passado, o Brasil superou mais uma vez a proporção de dois empreendedores por oportunidade para cada empreendedor por necessidade, o que já havia ocorrido em 2008, e o que revela uma pesquisa da Global Entrepreneurship Monitor (GEM) divulgada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (Sebrae).
Mas o que motiva pessoas que ainda estão nas cadeiras da faculdade a se arriscarem no mundo dos negócios? Fatores como salários defasados, pouca oportunidade na área de formação, desvalorização do profissional por parte de algumas empresas? Não necessariamente, mesmo porque a pesquisa divulgada pelo Sebrae mostra outra realidade no Brasil: o crescimento de empreendimentos por oportunidade maior que por necessidade. Vontade de por em prática aquilo que aprendem nas faculdades são elementos que estimulam alguns aspirantes a área empresarial. É muito comum encontrar jovens universitários que conciliam a vida acadêmica e o seu empreendimento. Esse é o caso de Marcelo dos Santos Soares, de 28 anos, e que há quatro anos resolveu investir no próprio negócio. Soares é proprietário de uma farmácia na cidade de Santa Luzia, Região Metropolitana de Belo Horizonte. Estudante do sexto período do curso de Publicidade e Propaganda, ele iniciou seu negócio logo depois que começou a estudar. Afastou-se da faculdade por um ano para dar maior atenção aos negócios e assim que o empreendimento engrenou, retomou os estudos.
Soares escolheu a área farmacêutica pela experiência que possui nesse setor e se diz bastante satisfeito com os resultados obtidos até agora. Sua loja emprega, atualmente, seis funcionários e há a possibilidade de novas contratações, uma vez que vem atingindo sua meta de crescimento, que é de 20% num período de três meses.
Perguntado qual o segredo para o sucesso, ele diz: "É necessário muita dedicação, empenho e responsabilidade. Apesar do fato de não ter patrão, o que torna o serviço menos estressante, o trabalho é dobrado quando se trabalha por conta própria". Marcelo Soares ainda orienta aos aspirantes a empresários que procurem trabalhar com o produto ou serviço com os quais tem experiência e que uma orientação do Sebrae faz muita diferença.
Esses jovens buscam autorealização e encaram os desafios com muita energia. São ousados e muitas vezes preferem se arriscar no mercado a trabalhar para uma grande empresa. Gostam de ser o próprio patrão. Mas o que fazem de tão especial para obterem sucesso? Talvez porque atuam na área que têm afinidade, com aquilo que gostam e fazem com paixão e prazer.
E foi a paixão que levou Rafael Pessoa, de 19 anos, estudante de sistema de informação, a investir na área de informática. Há dois anos ele abriu uma lan house no bairro Gávea, em Vespasiano. No inicio usou a garagem de sua casa que estava desativada para instalar os computadores e contou com a ajuda da família que o incentivou a criar o negócio. Pessoa sempre gostou dessa área e viu a oportunidade de ser feliz como empreendedor no momento em que era solicitado por vizinhos a fazer pequenos trabalhos de diagramação, digitação de currículos, cadastramento de CPF, entre outros. "Não tive dúvidas, comecei a economizar o dinheiro que ganhava e logo comprei três computadores usados, fiz os reparos necessários, juntei a bancada e cadeiras doadas por familiares e montei minha lan", conclui. Ele ainda não registrou seu negócio, mas diz que pretende reguláriza-lo ainda este ano.
E aqui vai uma ótima dica para aqueles que pretendem entrar para o mundo dos negócios. O Sebrae realiza todos os anos o Desafio Sebrae, que é um jogo virtual que simula o dia-a-dia de uma empresa durante seis meses, estudantes de todo o país, organizados em equipes, testam sua capacidade de administrar um negócio, tomar decisões e trabalhar em equipe. Para maiores informações basta acessar o site: www.desafio.sebrae.com. br. Mãos à obra e boa sorte!
A estrada real que corta parte de Minas Gerais ganha maior movimento no mês de julho e dá nova energia à famosa quietude dos mineiros. Nesta época do ano, junto com o friozinho das montanhas chegam turistas de várias regiões do país querendo conhecer e sentir a boa hospitalidade das ‘bandas de cá’.
Os Festivais de Inverno que acontecem tradicionalmente nas cidades históricas mineiras surgiram com a intenção de estender a produção cultural existente nos centros de ensino para a sociedade mineira. Atualmente são promovidos, na grande maioria, pelas universidades federais e desenvolvidos em parceria com as prefeituras locais, como no caso da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ). No mês das férias o friozinho aperta e a programação sempre recheada de boas atrações culturais aquece também diversas cidades do interior de Minas, como na charmosa Itapecerica e na cidade de Diamantina.
Pegue carona nas trilhas dos festivais mineiros e conheça um pouco da história, quais são as atrações deste ano para cada uma das cidades, que juntas compõem uma das melhores opções de férias, e descubra muito mais. Montamos um “circuito cultural” para quem aprecia uma boa dose de arte e quer espantar o frio com muita cultura.
“O Festival de Inverno é um evento transformador, quem passa por ele nunca mais é o mesmo”, assim, o professor e coordenador geral do festival da Universidade Federal de Minas Gerais, Fabrício Fernandino, resume a responsabilidade do Estado no cenário cultural. Para começar a viagem conheça este que é considerado “a mãe de todos os festivais”. Completando a sua 43ª edição, mantém-se dinâmico e atual, à medida que propõe repensar o seu papel na sociedade. Neste ano, vai inovar abrangendo outras quatro cidades do estado, além da tradicional Diamantina. Com o tema "Zonas de Interferência"vai expandir as atividades a Belo Horizonte, Brumadinho, Tiradentes e Cataguases, a partir de uma programação muito especial entre os dias 8 de julho e 7 de agosto. O conceito temático traduz a relevância de um festival, que pioneiro, tornou-se um instrumento transformador de vida de todos os envolvidos. Sua primeira edição foi em 1967 idealizada por professores da Escola de Belas-Artes e da Fundação de Educação Artística (FEA). A histórica cidade de Ouro Preto sediou inicialmente os encontros combatendo a forte repressão militar, impulsionou o surgimento de mais um espaço para debate e reflexão em Minas.
Mudando o trajeto para Ouro Preto, é possível respirar cultura e transpirar muito subindo as ladeiras da cidade. Fazendo uma homenagem às conhecidas“Vilas de Minas”formadas pela Vila de Ribeirão do Carmo (Mariana), Vila Rica (Ouro Preto) e Vila Real Nossa Senhora da Conceição (Sabará), o Festival de Inverno - Fórum das Artes de 2011, será realizado entre os dias 8 a 24 de julho. A Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP, assumiu em 2004 a realização do evento, até então produzido pela UFMG.
A partir dai passou a envolver a cidade de Mariana integrando atividades culturais nas duas primeiras capitais de Minas Gerais. Sempre que pode, a estudante universitária ouropretana, Isadora Arinda, participa dos festivais de inverno promovidos em sua cidade natal. Ela afirma que o evento proporciona a interação da comunidade. “Os moradores ganham por poder participar das várias atividades culturais e a cidade ganha porque gera a circulação de capital”, diz Isadora. A estudante ressalta ainda que a gratuidade das atividades é um fator importante para estimular o turismo e a participação da comunidade. Nos primeiros festivais realizados em Ouro Preto, as oficinas e shows eram pagos e isso restringia o número de participantes, situação que tem mudado devido às parcerias entre as prefeituras de Ouro Preto e Mariana, com a UFOP. Nas visitas a esta cidade encantadora é possível observar que o clima aconchegante das ladeiras e a energia dos moradores, estudantes e turistas é contagiante, fazendo qualquer ‘gringo’ se encantar com o pãozinho de queijo que acabou de sair do forno a lenha.
Quer prolongar a viagem? A programação cultural de inverno em Minas se estende por todo o mês de julho. Ainda no ritmo das universidades federais chegamos ao Inverno Cultural da cidade de São João Del Rei, que acontece entre os dias 16 a 30. Realizado desde 1988 e já firmado no cenário mineiro como um evento que promove arte e cultura, é o maior programa de extensão entre a instituição e a comunidade. É reconhecido pela qualidade das atividades culturais propostas a cada ano como, oficinas, exposições, lançamentos de livros, seminários, espetáculos de teatro, dança e shows, apresentando um rico repertório e linguagens múltiplas da arte e da cultura para quem quiser espantar o frio. (Acima: Foto de André Fossati / Abaixo: Site Itapecerica)
No rumo dos grandes festivais está a charmosa Itapecerica no centro-oeste do estado. Ao contrário do que acontece em outras cidades mineiras, o município não acolhe nenhuma instituição de ensino superior e a prefeitura promove o evento em parceria com uma grande empresa privada. Acompanhado por muitas atividades culturais o inverno chega e mobiliza, no período de 17 a 24 de julho, a pequena cidade, que na sua 17ª edição ainda busca maior envolvimento da população. Segundo o jornalista itapecericano, Frederico Mesquita, o evento surgiu como grande opção de cultura para a população local, trazendo espetáculos de dança, teatro de rua, apresentações musicais e oficinas, mas ainda está caminhando para alcançar toda a comunidade. A assessora de comunicação da prefeitura, Lidiane Medeiros, informa que na programação deste ano as entidades culturais da cidade terão destaque, valorizando assim os músicos e os artistas da terra. “Nos distritos teremos apresentações teatrais dando oportunidade para que as pessoas que não possam se deslocar até a cidade também participem do evento” afirma.
Seguindo as trilhas quentes do inverno mineiro, moradores, estudantes e turistas saem de suas rotinas e por meio dos encontros aquecem o movimento cultural existente no país. Da produção, incentivo e apresentação das atividades ligadas as mais diversas áreas do conhecimento, promove-se a transformação na vida de quem participa dos festivais de inverno, que assim como exalta o hino do nosso estado, “Oh! Minas Gerais! Quem te conhece não esquece jamais!”.
Vamos relembrar outras edições dos históricos Festivais de Inverno, pelas belas cidades mineiras, enquanto a programação completa não sai...
Sem retirar ou exaltar os créditos da emissora em questão, esta é uma trilha que acertou em cheio! Ressalta parte das riquezas de nossa terra e emociona:
“Oh I, oh I’m still alive. Hey, I, I, oh, I’m still alive!”, as 8h30 de sábado essa é a firmação que sai do aparelho de som no volume 8, quando o máximo é 10, da sala de um apartamento na zona oeste de Belo Horizonte.
Anderson, ouvindo a música, come um mamão, após ter devorado algumas bananas e uma pêra, chega o refrão novamente, “Oh eu, oh, eu ainda estou vivo! Hey, eu, eu, oh, eu ainda estou vivo!”, traduzindo o que Eddie Vedder, vocalista da banda americana de Seattle, Pearl Jam, canta. Então completa, “isso me anima”.
Há mais ou menos 15 anos, Anderson da Matta, hoje estudante de arquitetura, se animava durante as manhãs assistindo, com o pai, as provas de atletismo. Talvez ainda sonolento sonhava, como toda criança, em atravessar a faixa de chegada, cansado, suado e ouvindo as palavras inconfundíveis, “Campeão!”. Agora não é um sonho e também não terá nenhuma faixa ao final dos 15 quilômetro de corrida em torno da Lagoa da Pampulha. “Hoje é um dia perfeito”, sorri após uma olhada para céu e a certeza de sol.
No frio da manhã belo-horizontina, sai de casa ainda com a calça de moletom, entra no carro mastigando uma barra de cereais e começa a contar como foi o primeiro dia em que resolveu começar a correr. “Sempre gostei de esportes, nunca fui fã de academia e toda aquela gente puxando ferro, mas desde pequeno queria fazer esporte. Um amigo me chamou para uma competição noturna em Ouro Preto. De cara pensei que seria uma ótima experiência e fui”.
Ainda no percurso entre o apartamento e a lagoa, observa o relevo das descidas e subidas de BH e comenta, “pra quem gosta de uma subidinha essa é a cidade ideal”.
Na verdade, segundo os livros de geografia, Belo Horizonte é uma cidade de relevo acidentado, ou seja, plano com algumas montanha. As serras são ramificações da Cordilheira do Espinhaço e pertencem ao grupo da Serra do Itacolomí. Os grandes vizinhos da cidade são a Serra de Jatobá, José Vieira, Mutuca, Taquaril e Curral, sendo que o melhor exemplo para essa descrição é a Serra do Curral, vizinha pelo lado sul da cidade com seus 1538 metros.
Enquanto a conversa viajava pelas montanhas, passam os 17 minutos da curta viagem até o local escolhido para treinar. Assim que salta do carro Anderson deixa o moletom e começa a fazer seus alongamentos, “não me machuco muito, mas é sempre bom evitar”.
Às 9h10 começa a correr em sentido horário pela orla da lagoa construída por JK. Sozinho. “Oh I, oh I’m still alive. Hey, I, I, oh, I’m still alive!”, “essa música não sai da cabeça, mas é melhor assim, quando você fica pensando em algo positivo, correr com o peso do mundo nas costas não é legal”, sorri mais uma vez e sai.
A rotina de treinos agora está prejudicada pelas demandas no trabalho. “Antes, quando só estudava, corria 15 quilômetros, três vezes por semana, agora com o trabalho, diminuí para duas vezes, sempre no sábado e algum outro dia de folga. Ficar sem correr é frustrante, quando estou dando minhas passadas sinto-me livre, não há preocupações, sou só eu e o asfalto, sem correria, só a minha corrida”.
Depois de 51m27s, Anderson aparece na curva da lagoa, suado, cabelos arrepiados, o short e a camiseta, mesmo molhadas, balançam ao vento, seu sorriso é contagiante e impressiona o quanto um tênis e um monte de vontade podem fazer alguém feliz!
Antes de se aventurar pelas ruas, fique ligado nessas dicas:
- Antes de começar a correr é sempre indicado procurar ajuda profissional; - Os interessados podem responder o questionário PAR-Q, disponível na internet, elaborado pela Physical Activity Readiness Questionnarie, ele tem o objetivo de identificar a necessidade de avaliação clínica antes do início da atividade física. Caso você marque mais de um sim, é aconselhável a realização da avaliação clínica; - Procure usar roupas leves como camiseta e short; - Se alimente bem e de forma saudável antes e depois de qualquer atividade. - Comece devagar, respeitando os limites do seu corpo e vá aumentando a carga aos poucos; - Qualquer pessoa pode participar de uma atividade física de esforço moderado, respeitando as restrições médicas; - Procure na internet ou em uma academia perto de você, sempre haverá um grupo de corrida onde você possa começar a treinar em equipe.
Além do aperfeiçoamento curricular, o intercâmbio oferece outros aprendizados
Por Cristiane Borges e Emegilda Amélia
Aprimorar outro idioma, conhecer novas culturas, desenvolver habilidades profissionais e adquirir experiências morando no exterior são alternativas que agregam valor ao currículo do estudante. Fazer intercâmbio está se tornando um sonho possível para muitos jovens que querem estudar em outro país.
O mercado de trabalho valoriza as experiências obtidas no exterior. Na hora de procurar um estágio ou emprego, os candidatos que já moraram em outro país têm mais chance de conquistar a vaga. “As empresas estão em busca de líderes e pessoas despojadas e isso é o que o intercambista pode oferecer. A pessoa que vive fora de seu país ganha maturidade e independência, adjetivos que são valorizados pelo mercado de trabalho”, destaca Maria Azevedo, diretora da agência de intercâmbio Speed System.
De acordo com o gerente de negócios da Central do Estudante, Fernando Passos, o mercado também valoriza um jovem mais consciente e adaptável. “As empresas, principalmente as multinacionais, podem usufruir dos conhecimentos interculturais e linguísticos desse jovem na hora de fechar negócios e parcerias no exterior”, sugere. Segundo Fernando, quem viveu uma experiência de intercâmbio tem mais iniciativa e sensibilidade cultural, além de aprender um novo idioma e se tornar mais criativo e flexível às mudanças.
Existem instituições de ensino que oferecem programas de intercâmbio gratuito, como a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A estudante de Pedagogia da UFMG Ariadia Ylana, ganhou uma bolsa para estudar em Portugal. Ela conta que o sonho de estudar em outro país começou a se realizar quando ela descobriu o Programa Erasmus Mundus, que custeia as passagens de ida e volta e ainda oferece uma bolsa de mil euros por mês.
A oportunidade de conhecer uma cultura diferente, de estudar outra língua e fazer um curso de especialização foram alguns dos motivos que levaram a advogada Luana Ferreira a decidir morar na Suíça. Após um tempo estudando francês, ela foi aprovada pelo Centro de Ensino e Pesquisa em Ação Humanitária, em Genebra, e também conseguiu uma bolsa de estudos no curso de especialização com duração de um ano. Em seguida precisou entrar com pedido de outra bolsa para custear a estadia.
As duas intercambistas concordam com as diferenças entre as universidades do Brasil e Europa. Luana conta que a Universidade de Genebra oferece aos alunos uma estrutura com vários tipos de tecnologias. Segundo Ariadia, na Europa em geral as bibliotecas, salas de computadores e os espaços em comum para os estudantes são bem melhores que no Brasil, porém, afirma que o nível de formação dos profissionais da UFMG é mais elevado do que os de Portugal.
Existem opções para todos os tamanhos de bolso. A África do Sul, a Ilha de Malta e o Canadá são alguns dos países com preços mais acessíveis. Porém, a opção mais barata nem sempre atende ao que o jovem busca. Um bom programa de intercâmbio é aquele que garante ao aluno um aprendizado consistente do idioma estrangeiro.
O intercambista também pode aprender a adaptar-se em diferentes ambientes, o que contribuirá para o cotidiano coorporativo e o aperfeiçoamento da comunicação, como observa o superintendente de negócios do Núcleo Brasileiro de Estágio (NUBE), unidade Belo Horizonte, Carlos Alberto Cavalheiro. “O jovem com bagagem internacional tende a se adequar mais facilmente ao ambiente organizacional, desenvolver trabalho em equipe, além do melhor domínio da língua”, disse.
Uma das dificuldades mais comuns apontadas pelas intercambistas é encarar a ausência dos familiares e amigos. “A questão financeira também é outro quesito que pesa, pois o custo de vida em países como a Suíça, em comparação com o Brasil é bem diferente”, diz Luana Ferreira.
Ariadia aconselha que todas as pessoas façam intercâmbio porque a experiência é enriquecedora e oferece horizontes que vão além do aperfeiçoamento curricular. Procurar a embaixada do país em que a pessoa pretende estudar e obter informações sobre a escola desejada também são sugestões da advogada Luana Ferreira para quem deseja estudar no exterior.
Escolher uma agência confiável, planejar a viagem com antecedência e procurar saber todas as informações são recomendações importantes para não ter surpresas desagradáveis ao chegar no destino. Siga essas orientações, arrume as malas e tenha ótimos estudos na sua viagem.
Informações importantes na hora de planejar a viagem
•Verificar os documentos necessários • Conferir vacinas e checar o seguro de saúde • Veja as formas de levar dinheiro • Conferir a legislação e cultura do país destino • Procure saber se a escola oferecida é credenciada por órgão regulamentado • Se a escola presta assistência aos alunos durante os estudos e oferece certificado após o término do curso • Fique atento com o limite de bagagem
Cada vez mais garotas de nível universitário são atraídas para a prostituição
Por Fernanda Campos e Sergio Nonato
Elas são bonitas, jovens e descoladas. Saem com amigos, frequentam a universidade, vão ao cinema e gostam de balada. O que torna essas meninas "diferentes" é a profissão que escolheram. Nos bancos da faculdade, com o namorado, em casa com os pais ou os filhos, ninguém desconfia. Mas, para ganhar dinheiro, elas mudam o nome, alugam quartos e se encontram com homens que nunca viram. Depois de terminarem o sexo, recebem o dinheiro do cliente e pagam as despesas de casa e dos estudos.
As histórias de vida são diversas. A motivação, geralmente, é o dinheiro. A maioria das jovens entrevistadas relatou que começou a usar o corpo como instrumento de trabalho por falta de opção no mercado de trabalho. Na verdade, segundo elas, os empregos e estágios até existem, mas não rendem o suficiente para se manter e pagar os estudos. São seguras em afirmar: ganham em uma semana de trabalho mais do que receberiam em um mês em uma ocupação tradicional, de carteira assinada, dessas que são almejadas pela maioria dos recém-formados.
O psicólogo social e professor universitário Lúcio Mauro dos Reis explica que esta é uma saída para jovens de diversas classes sociais e que existem vários motivos para optarem pela prostituição. “Com isso, a pobreza e a falta de oportunidades deixam de ser as únicas propulsoras dessa condição.”
Apesar de a prostituição não ser proibida pela Constituição brasileira, portanto uma atividade legal, as pessoas ouvidas dizem sentir vergonha de admitir para a família e amigos que fazem sexo por dinheiro. Afirmam, ainda, que é uma profissão passageira. Que vão se formar e fazer carreira no curso em que se graduaram. Ou que se casarão e mudarão de vida.
De acordo com o psicólogo, “o anonimato, clandestinidade ou qualquer outro nome, explicita a necessidade de ocultação da prostituição, que historicamente é algo pecaminoso e errado”. Ele aponta que, embora a sociedade do século XXI seja mais liberal e permissiva, pode-se dizer que muitas pessoas manifestam, ainda que veladamente, conceitos de uma “época remota, conservadora e rígida”.
Quem são...
Ela separou-se do marido e tem um filho de nove anos. Cursa o 8°período de direito e já experimentou estágios na área. Mas RTS, 29 anos, não estava satisfeita.
O ex-marido ajuda com pequenas quantias, mas sua renda não dá sequer para bancar a faculdade.
TMR é uma jovem solteira da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Namorou por quatro anos e não tem filhos. Trabalha de segunda a sábado, por conta própria, em uma quitinete alugada. É graduanda em direito. Uma vida comum para uma jovem de 24 anos, você deve estar imaginando. É o que parece, com exceção de um detalhe: TMR é Hellen, pseudônimo que escolheu para trabalhar como garota de programa.
CMTS, 21 anos, é estudante do curso de publicidade. Quando sua família mudou para a região Sul do país, ela permaneceu em Belo Horizonte, mas a situação ficou difícil. Tem um noivo que mora em uma cidade próxima, com quem se encontra aos finais de semana. Ela teme que ele conheça a Aline, nome que ela inventou para ganhar dinheiro.
... e o que fazem
Hellen conta que começou a fazer programas há cinco meses porque terminou um relacionamento de quatro anos. “Aceitei o convite de uma amiga, mas atualmente trabalho em outro local. Ela continua onde comecei.” Já foi descoberta e correu o risco de ser delatada, mas hoje ela se diverte ao recordar. “Fui comprar um carro e parte do veículo foi financiado. Como referência dei o número do telefone da ‘clinica’ em que trabalhava. Um irmão do meu namorado era funcionário da agência. Ele descobriu meu segredo e contou para meu ex, que terminou comigo mas não falou para minha família”. Os seus clientes, na maioria, são homens casados e chegam ao local por anúncios que veicula em jornais. “Depois de um ano fazendo programa, tenho, vários clientes, que viraram amigos”. Valor cobrado pela hora do programa mais simples: R$ 150.
Aline é prostituta há dois meses. Ela argumenta que não se envolve com os clientes e que encara como outro trabalho qualquer, e que também existe profissionalismo. Depois de visitar várias casas, se estabeleceu em um bairro da região noroeste de Belo Horizonte, em um local discreto, onde trabalha sem intermediários. Ela aponta que perde muitos clientes por ser tímida e não fazer tudo. “Mas em breve vou me casar e deixar este tipo de trabalho”, planeja. Preço do programa/hora: R$ 200.
Isabela já ganhou dinheiro para fazer sexo há três anos, durante seis meses. De acordo com ela, devido à crise financeira e à separação do marido, foi necessário voltar a se prostituir.
“Tenho muito medo de ser reconhecida, por isso trabalho em locais onde é possível ver os clientes antes do atendimento.” Outro receio de Isabela é encontrar algum ex-cliente, no mercado de trabalho. “Vou continuar trabalhando assim até me formar e conseguir ingressar na minha área de formação, que é Direito”. Ela conta que precisa sustentar o filho e ajudar os pais. De acordo com a jovem, ultimamente ela tem “fechado” a maioria de seus negócios através de sites na internet. Quanto cobra: R$ 150,00 o programa mais barato, por hora.
Não é por acaso que a prostituição é chamada “a profissão mais antiga do mundo”. O psicólogo Lucio Mauro dos Reis relembra que essa prática existe desde a Antiguidade, inclusive entre os nobres. Mas mesmo resistindo ao tempo e à cultura, à repressão e ao preconceito, a tradicional atividade vai se adaptando, entrando em conformidade com o seu tempo.Dentro de uma realidade capitalista, a velocidade da informação e o impacto da tecnologia também são percebidos no mercado do sexo.
Exposição virtual
Basta digitar as palavras "acompanhantes belo horizonte" em um site de buscas e você perceberá que eles existem aos montes e seus mecanismos são extremamente simples. Com apenas um clique o internauta se depara com uma gama de opções. É possível fazer analogia às famosas "vitrines" de prostitutas na Holanda, país onde a prostituição é legalizada para pessoas acima dos 18 anos. "São, na verdade, casas alugadas com amplas janelas e cada cidade holandesa tem o seu Distrito/bairro da Luz Vermelha - Red Light District", explica Maria Eliza Oliveira, que já
morou no país por três anos.
Também nestes ambientes virtuais, as garotas são expostas para a avaliação do interessado, que está do outro lado da tela. Como produtos, as fotos são separadas pelas sessões de loiras, morenas e ruivas, por exemplo. O possível cliente, ou o simples curioso, seleciona a foto que chama a sua atenção e se informa a respeito da idade, nome (fictício, certamente), o que elas fazem, qual o valor, quando atendem,
e o número de celular para contato. São inúmeros sites, com preços e ofertas variadas, de acordo com a demanda existente. .É muito simples: o interessado acessa o site, escolhe o que precisa, liga e marca "a prestação d serviços".É o e-commece do sexo.
Chama a atenção a idade das mulheres, que vai desde os 18 anos até os 23, mas é certo que em grande parte dos casos não correponde à realidade. A preferência por meninas jovens estimula um grande problema social no Brasil, que é a prostituição de menores de idade. O turismo sexual e tráfico de jovens também são questões a serem combatidas.
É importante destacar que a prostituição não é uma prática exclusivamente feminina. É claro, todos sabem, basta ler os anúncios de jornais ou entrar em um desses sites, e você terá acesso a anúncios e fotos de homens de todos os tipos, para todos os gostos e por todos os preços.
As cicatrizes
As características peculiares da prostituição, como os riscos de agressão e de contrair doenças, por exemplo, se refletem no comportamento e no papel social dos jovens que optam por essa prática. Assim como a formação pessoal é resultado, em grande parte, das experiências vividas e das lições que delas tiramos, com o sexo não é diferente.
“Um dos grandes problemas que estão associados à prostituição é que pode surgir, paralelamente, o uso de substâncias psicoativas que geralmente desembocam na dependência química. E não em menor escala, conforme apontam várias pesquisas, doenças sexualmente transmissíveis, como AIDS”, afirma o especialista Lucio Mauro. Por consequência, a prostituição, de acordo com ele, tem se tornado um problema de saúde pública.
Fica fácil entender, por exemplo, porque tantos municípios brasileiros já tentaram adotar medidas que coíbem a prostituição e porque tantos parlamentares já propuseram projetos de lei que criminalizam a atividade, embora esta não seja ilegal segundo a Constituição Brasileira.
Além disso, segundo o especialista, a discriminação e o sentimento de culpa torna essas pessoas mais vulneráveis a uma convivência com parceiros e companheiros violentos, aumentando a possibilidade de agressões e de episódios de risco à vida. “Sendo assim, o medo e a insegurança em que vivem podem trazer sérias conseqüências psicológicas a longo e curto prazo, podendo causar deteriorização de aspectos fundamentais da personalidade, principalmente em adolescentes e jovens. Alguns tentam sair da invisibilidade e assim, acabam por se tornar totalmente invisíveis diante da sociedade, dificultando o processo de integração social.”
E depois?
Lucio Mauro dos Reis é psicólogo social, professor universitário, e coordenador técnico de pesquisas e projetos voltados para pessoas com deficiência, dependentes químicos e outras categorias de excluídos
De acordo com a sua experiência, ele aponta que deixar a prostituição e ingressar nas áreas em que são formados é uma possibilidade efetiva para estes jovens, apesar de não ser fácil. É uma escolha que envolve o início de uma nova vida, onde a “imagem consolidada deve ser desconstruída para dar lugar a outra(s) que a nova vida requer